CUIDADOS PALIATIVOS NA PRÁTICA DA ONCOLOGIA

Introdução: Discutido desde a década de 60, somente no final do século XX e início do século XXI ampliou-se o debate acerca dos Cuidados Paliativos e, mais especificamente, sobre os benefícios de sua inclusão nos serviços já existentes de oncologia. Objetivo: Identificar os ganhos na qualidade de vida dos pacientes, os avanços e barreiras enfrentadas na integração entre cuidados paliativos e oncologia. Metodologia: O levantamento de dados foi realizado consultando-se as bases MEDLINE e COCHRANE LIBRARY, retornando, respectivamente, 219 artigos para os descritores de assunto primário “cuidados paliativos” e “oncologia” e 27 artigos para “paliative care” em abstract, tópico “cancer”. Foram incluídos textos completos e de livre acesso em língua inglesa e portuguesa, publicados entre os anos de 1998 e 2018, desconsiderando-se as publicações voltadas para entidades patológicas específicas e para públicos restritos, bem como aquelas em não conformidade com o objetivo proposto, resultando em 36 referências.Resultados: Conforme destacado pelos autores, a integração precoce dos cuidados paliativos na abordagem aos pacientes com câncer avançado tem demonstrado, ao longo dos anos, melhorias na qualidade de vida, manejo dos sintomas e melhor planejamento terapêutico, com a redução de práticas invasivas inapropriadas e sem registros de danos ao paciente ou aumento de custos. Ao longo das últimas décadas, diversas iniciativas têm sido fomentadas a fim de instigar a integração dos cuidados paliativos na prática da oncologia, resultando na publicação de diretrizes e guidelines, bem como na proposição de modelos diversos de integração; todavia, não há consenso sobre qual a abordagem mais eficaz; além disso, é grande a discrepância no arsenal de ferramentas empregadas na triagem de pacientes, carecendo-se de maior padronização do processo. Finalmente, conceitos pré-concebidos acerca da aplicação dos cuidados paliativos na oncologia, preocupações acerca da eficiência do sistema e custos monetários somam-se à ausência de disciplinas voltadas aos cuidados paliativos nos currículos do ensino médico e educação primária em geral e à escassez de especialistas na área como barreiras ao pleno desenvolvimento desta proposta. Conclusão: Os esforços empregados ao redor do mundo no intuito de incluir os cuidados paliativos na prática oncológica têm demonstrado ganhos reais aos pacientes, todavia, a integração destes serviços na rotina terapêutica de pacientes com câncer avançado e alta carga de sintomas ainda é um desafio, sendo necessárias pesquisas que apontem as melhores práticas em diferentes cenários.

Descritores: Cuidados Paliativos, Oncologia, Integralidade em Saúde.