Anais da 4ª Semana Integrada de Ciência e Tecnologia de Gurupi/TO (SICTEG): Ciência para Redução das Desigualdades
ANÁLISE DO AUMENTO DE CASOS DE FEMINICÍDIO NO BRASIL
Título do Trabalho
ANÁLISE DO AUMENTO DE CASOS DE FEMINICÍDIO NO BRASIL
Autores
Nathália Japiassú de Paiva Carvalho, Fernanda Bogarim Borin Chiacchio
Modalidade
Pôster / Resumo Expandido
Área Temática
Ciências Humanas (CH)
DOI
Resumo
Introdução: No Brasil, a violência contra a mulher é um problema cada vez mais alarmante que pode culminar a morte de mulheres, ato denominado como feminicídio. Objetivo: Analisar as causas que influenciam o aumento do número de casos de feminicídio no Brasil. Material e Métodos: O estudo baseia-se em uma revisão bibliográfica sobre o assunto tratado em artigos encontrados em sites como Scielo e BVS. Resultados: Grande parte dos artigos aponta o ambiente doméstico como local de risco da violência doméstica, e frequentemente é praticada pelo marido, parceiro ou ex. Rubim e Marques (2016) afirmam que a maioria das vítimas de agressões silenciam-se, e atribuem este silêncio como razão crucial e influenciadora da continuidade de casos de feminicídio. Uma pesquisa realizada pelo Núcleo de Gênero do Ministério Público do Estado de São Paulo (MPS) indicou que 45% dos casos no estado foram motivados por pedido de separação ou rompimento e 30% por ciúmes ou machismo, ressaltam que 66% dos feminicídios ocorreram no próprio lar. Nota-se entre as pesquisas que a construção sociocultural baseada no modelo patriarcal influencia atitudes como machismo e domínio sobre a mulher e que aspectos étnicos e de raça também estão associados ao feminicídio. Nesse sentido, Pires e Souto (2017) afirmam que existem fragmentos do patriarcalismo que contribuem com uma visão de superioridade dos homens que descriminalizam mulheres, no cenário em que a mesma tem exercido cada vez mais um papel ativo e independente. Segundo o Mapa da Violência, o Brasil ocupa o 5° lugar no ranking de feminicídios no mundo, com taxa de 4,8 homicídios para cada 100 mil mulheres, em que a maioria das vítimas são negras, além disso, uma pesquisa realizada por Meneghel et al. (2016) em capitais e municípios brasileiros indicou que a maioria tinham idade de 10 a 39 anos e grande parte era negra.
Conclusão: O feminicídio não é um problema novo, porém atual, é alvo de preocupação, pois o número de vítimas cresce gradativamente. A pesquisa demonstra que aspectos socioculturais, de raça, condição de ser mulher são alguns dos fatores que influenciam o aumento de casos. Para o combate, muito ainda deve ser feito, como, a desconstrução de algumas crenças que reforçam ideias de superioridade do homem e submissão da mulher, maior preparo de profissionais da segurança e saúde para identificar, intervir e acolher adequadamente, a fim de prevenir e reduzir a violência e consequentemente sua última instância.
Descritores: VIOLÊNCIA, MULHERES, MORTE.
ISBN
978-65-00-94313-9